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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Conta Própria.


Sai do curso com aquela sensação de "puxa vida, meu pai podia me levar pra casa hoje...", minha cabeça e minha garganta doendo como em todos os dias dessa semana. Dei sinal, entrei, sentei, ninguém ligou. Nem uma mensagem, nenhum sms de emergência, nem mesmo um sinal de fumaça.
Até outro dia minha obrigação era dizer aonde ia, com quem ia, porque ia. Encontrar um motivo realmente bom, avisar que estava saindo, ligar pra dizer que tinha chegado. Simplesmente dar satisfação de 90% das coisas que fazia no meu dia - simplesmente porque 10% eu fazia dentro de casa.
É engraçado pensar "cresci". Não é questão de morar sozinho, ou ter feiro de tudo, ou fazer um intercâmbio. É simplesmente pensar por alguns segundos que ninguém mais vai te cobrar nada. Acabou a mordomia e com ela as tais perguntas de "aonde você ta indo nesse exato momento? seu onibus já passou do brás?". E acredite, elas deixam uma saudadinha.
Quando nós somos mais novos é fácil reclamar do tormento que é dar explicações, mas tente se imaginar por conta própria... Complicado, não? Não é que os nossos pais não liguem mais para nós, é natural, conforme crescemos nos tornamos responsáveis e tiramos um peso das costas deles. Nem que seja o peso de ficar nos ligando de cinco em cinco minutos.
Só sei que pensando nisso, percebi que agora (e já faz um certo tempo) estou por mim nas minhas escolhas. Posso desistir de ir para a aula hoje e decidir tomar um frapuccino no starbucks, mas terei que lidar com as consequências disso sejam elas quais forem. E me sinto feliz porque a educação que tive não me permite fazer as escolhas erradas, mas ao mesmo tempo da um certo medo de viver por si, por mais que eu ainda dependa dos meus pais.
No meio de todos esses pensamentos meu telefone tocou. No visor dizia Mãe e por um segundo me senti como se todos esses pensamentos fossem desnecessários.
- Alô Gabi? Seu pai ta ai?
- Não mãe, to voltando pra casa.
- Ta bom então, vou tentar ligar pra ele, beijo.
Voltei a pensar...

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