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sábado, 30 de janeiro de 2016

A importância das novas Barbies e a representatividade na prática...

Passei os últimos dois dias lendo muito sobre representatividade por dois assuntos em específico: o lançamento de uma nova linha de bonecas Barbie com novos biotipos, tons de pele e olhos e tipos de cabelo, e o baile da Vogue que elegeu de forma bem hipócrita o tema Pop Africa para esse ano (indico esse post da Joanna Moura do UASZ sobre). Dois fatos ligados pelo mesmo assunto, a diferença é que com um ganhamos e com outro nem tanto...

Vamos focar na Barbie. Um simbolo, um objeto, um brinquedo, uma marca, um ícone. Durante muitos anos vimos textos e opiniões dizendo que o tal padrão da boneca era doentio e irreal levando em consideração o fato de a maioria das meninas não terem o mesmo corpo que a boneca. Ela sempre foi vendida como um exemplo a seguir, a mulher que tinha tudo o que queria (casa, avião, carro, namorado, marido, filhos e qualquer profissão que nós, pequenas meninas, quiséssemos ter no futuro) mas que também ostentava o corpo e cabelos perfeitos para os padrões, excluindo assim milhões de mulheres diferentes - praticamente todas não é mesmo?
Eu sempre fui grande fã da Barbie pra falar a verdade. Criança, gorda, diferentona que começou a pintar o cabelo de colorido com 9 anos, nada enquadrada no padrão Barbie de ser mas ainda assim, louca pela boneca. Acredito que em todos os outros sentidos ela cumpriu bem seu papel de exemplo, a anos que a Mattel aposta no fato de que não precisamos ser criadas apenas para viver o "papel da mulher na casa" ou somente profissões antes consideradas próprias para o sexo feminino (a nova coleção também traz novas profissões como fashionistas, designer de games e CEO). Talvez isso tenha influenciado, mesmo que pouco, na geração que nos tornamos.
Mesmo assim, não nos sentíamos representadas pela boneca.

Uma foto publicada por Barbie (@barbie) em

Vejo isso por um outro lado. Essa questão da representatividade da Barbie vai muito além de não nos encontrarmos naquele modelo a seguir, mas também no valor que damos para o nosso aspecto visual. É muito difícil para uma criança entender que se ela não tiver aquele visual pode sim ter todo o resto que é passado pela figura Barbie (ou insira aqui brinquedo, desenho, filme, etc que represente uma figura irreal ou "dentro dos padrões"), e isso vem da criação, da educação e do fato de que vivemos em uma sociedade louca para se encaixar em algo que seja certo, padronizado, como foi na minha infância.
Essa é a importância da representatividade nesse caso, importância essa que a Mattel não entendeu durante muitos anos. Lançar modelos variados da mesma boneca bem sucedida é mostrar que em uma delas a menina pode se identificar. É trazer pra dentro do universo da brincadeira , mesmo que inconscientemente, a noção de que as diferenças são bonitas e podem estar juntas no mesmo ambiente, com os mesmos direitos e valores.

É também mostrar para veículos e outras marcas o quanto o mercado está mudando e que é necessário fugir dos padrões para sobreviver aos próximos anos.
Posso falar em específico sobre a linha Curvy, que me deixou muito feliz por ter bonecas curvilíneas e lindas, coisa que eu não tive na infância. Acredito que as mulheres que estão crescendo hoje, ganham muito com isso.

E pra quem ainda não tava sabendo disso tudo, segue abaixo o vídeo de lançamento da nova coleção, que mostra muito mais do que as bonecas em si:


ps: Alguém por favor me da essa Barbie plus com o cabelo azul que eu morri de amor? Gracias.

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