Vamos focar na Barbie. Um simbolo, um objeto, um brinquedo, uma marca, um ícone. Durante muitos anos vimos textos e opiniões dizendo que o tal padrão da boneca era doentio e irreal levando em consideração o fato de a maioria das meninas não terem o mesmo corpo que a boneca. Ela sempre foi vendida como um exemplo a seguir, a mulher que tinha tudo o que queria (casa, avião, carro, namorado, marido, filhos e qualquer profissão que nós, pequenas meninas, quiséssemos ter no futuro) mas que também ostentava o corpo e cabelos perfeitos para os padrões, excluindo assim milhões de mulheres diferentes - praticamente todas não é mesmo?
Eu sempre fui grande fã da Barbie pra falar a verdade. Criança, gorda, diferentona que começou a pintar o cabelo de colorido com 9 anos, nada enquadrada no padrão Barbie de ser mas ainda assim, louca pela boneca. Acredito que em todos os outros sentidos ela cumpriu bem seu papel de exemplo, a anos que a Mattel aposta no fato de que não precisamos ser criadas apenas para viver o "papel da mulher na casa" ou somente profissões antes consideradas próprias para o sexo feminino (a nova coleção também traz novas profissões como fashionistas, designer de games e CEO). Talvez isso tenha influenciado, mesmo que pouco, na geração que nos tornamos.
Mesmo assim, não nos sentíamos representadas pela boneca.
Vejo isso por um outro lado. Essa questão da representatividade da Barbie vai muito além de não nos encontrarmos naquele modelo a seguir, mas também no valor que damos para o nosso aspecto visual. É muito difícil para uma criança entender que se ela não tiver aquele visual pode sim ter todo o resto que é passado pela figura Barbie (ou insira aqui brinquedo, desenho, filme, etc que represente uma figura irreal ou "dentro dos padrões"), e isso vem da criação, da educação e do fato de que vivemos em uma sociedade louca para se encaixar em algo que seja certo, padronizado, como foi na minha infância.
Essa é a importância da representatividade nesse caso, importância essa que a Mattel não entendeu durante muitos anos. Lançar modelos variados da mesma boneca bem sucedida é mostrar que em uma delas a menina pode se identificar. É trazer pra dentro do universo da brincadeira , mesmo que inconscientemente, a noção de que as diferenças são bonitas e podem estar juntas no mesmo ambiente, com os mesmos direitos e valores.
É também mostrar para veículos e outras marcas o quanto o mercado está mudando e que é necessário fugir dos padrões para sobreviver aos próximos anos.
Posso falar em específico sobre a linha Curvy, que me deixou muito feliz por ter bonecas curvilíneas e lindas, coisa que eu não tive na infância. Acredito que as mulheres que estão crescendo hoje, ganham muito com isso.
E pra quem ainda não tava sabendo disso tudo, segue abaixo o vídeo de lançamento da nova coleção, que mostra muito mais do que as bonecas em si:
ps: Alguém por favor me da essa Barbie plus com o cabelo azul que eu morri de amor? Gracias.
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