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sábado, 6 de agosto de 2016

Nós somos realmente representadas pelas modelos plus size?



Não é muito difícil encontrar anúncios em grupos de moda e moda plus no facebook de marcas que precisam de modelos plus para trabalhos de fotos de roupas. O que me espanta de verdade é a quantidade de anúncios que buscam por meninas 46/48 e as vezes (pasmem) 44 para serem modelos de coleções voltadas ao público plus.
Cada vez mais o manequim plus diminui para atender as vontades de um mercado que deveria quebrar os padrões.

Essa semana a Paula Bastos do Grandes Mulheres e alguns outros blogs publicaram posts comentando a questão da falsa representatividade e o padrão plus size que foi criado nos últimos tempos. O bafafa todo começou com uma notícia de que a modelo Ashley Graham têm sofrido ataques nas suas redes sociais porque começou a "emagrecer demais". Antes de tudo vamos deixar bem claro aqui que toda mulher (gorda ou magra) tem o direito de buscar ter o corpo que quiser, vejo muitas meninas sofrendo preconceito por começarem a fazer academia ou não estarem felizes com o corpo que tem, e a verdade é que nós devíamos apoiar todas as minas a encontrarem o corpo com que se sintam bem, seja por meio da aceitação ou da modificação
 (claro que sem por em risco a saúde) do corpo. Mas isso é assunto para outro post...

Nos últimos meses mergulhei no mundo plus size e descobri que nenhuma de nós é igual, nossos corpos são muito diversos e 80% deles não é representado pelas modelos plus size que estão no mercado. As marcas alegam que colocar uma modelo que veste mais de 50 (quando colocam uma 50) gera rejeição nas vendas até mesmo pelo público plus, e é ai que fica a questão: até onde também somos responsáveis por isso? Claro que o mercado manipula o padrão de beleza para vender mais, a tal da "gorda perfeita" só existe nos catálogos das novas coleções e nós não temos como comandar esse tipo de coisa. Mas até que ponto nós, mulheres gordas, nos aceitamos tão bem para ver uma modelo com o nosso corpo e comprar a roupa? A maior parte do público plus size ainda sofre com a vergonha e a falta de aceitação do próprio corpo.

Dai partimos para o segundo problema que é a decepção na hora da compra. Porque é claro, é impossível que uma peça tenha o mesmo caimento no corpo da modelo 46 e no nosso corpo...
Isso só aumenta a baixa da autoestima das minas gordas, faz com que nós não tenhamos nem vontade de comprar e é assim que um novo padrão é estabelecido.

Eu já bati na tecla da representatividade várias vezes aqui no blog e vou continuar batendo porque ela é importante sim, acho que devemos comemorar cada pequeno espaço que ganhamos na mídia/moda mesmo que seja representado por uma mulher tamanho 48/50, porque a alguns anos nem isso nós tínhamos. Mas também temos que entender que o nosso mundo não é esse, talvez esse seja o corpo gordo que o resto da sociedade quer ver, mas vamos continuar lutando para que todos os tipos de corpos sejam representados de forma igual fazendo com que todo mundo (inclusive as próprias mulheres gordas) entendam que somos bonitas sim independente de ter uma barriga chapada ou não.

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