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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Por uma igualdade diferente


Raramente escrevo textos aqui e não sou muito boa nisso (antes até era) mas as vezes preciso demonstrar algumas coisas. Uma dessas coisas é que esses dias eu tava pensando bastante nas coisas que já fiz, nas coisas que meus amigos já fizeram e no que todos se transformaram... Porque o tempo transforma todo mundo. Ai comecei a pensar: "porque as pessoas julgam tanto o que as outras gostam e porque falam das coisas que não conhecem para parecer legal?"
Ontem (= a um bom tempo) eu amava uma banda e aquele blablabla que todo mundo tem na adolescência e que sempre acaba diminuindo com o tempo, mas se hoje essa não é mais a minha prioridade, porque não posso gostar de outras bandas e outros estilos de música? Sou a pessoa mais eclética do mundo, tem gente que acha que sou louca só de olhar a lista do meu last.fm. Mas edai se antes eu era puro pop e hoje escuto rap, isso me torna menos merecedora de ouvir rap (exemplo)? Aliás, o que qualifica uma pessoa merecedora de ouvir, comer, dançar e gostar de uma coisa? Ser a primeira?
A gente vive buscando ser legal e ai lembrei de uma amiga, que conheço bem e vamos chamar de "M". M vive criticando as pessoas porque elas tem que ser autenticas e ai me pego vendo M compartilhar imagens de bandas que ela nem conhece no facebook, porque os amigos de M gostam dessas coisas. A questão não é gostar de muitas coisas. A questão é querer mostrar que gosta das coisas (mesmo sem gostar). E até que ponto ir? No momento em que você diz que banalizaram uma coisa que você nem conhece direito, será que banalizaram mesmo ou simplesmente a coisa tomou uma proporção maior do que você esperava? É aquela historia, você não usa determinada moda, mas no momento em que todos começaram a usar você disse que banalizaram. O que é pior? Não sei.
E me pego mais uma vez ficando irritada com a M simplesmente pelas coisas que ela posta no facebook (o que é uma besteira minha, mas que rendeu esse post) e vejo que realmente sou igual as outras pessoas porque estou tentando determinar uma característica dela que a qualifique a dizer que gosta de uma coisa que ela não gosta (QUE?), e me sinto um pouco criança por isso. Mas a questão toda não é minha irritação e sim porque as pessoas não podem ser felizes sem ser julgadas pelas outras por seus gostos.
Se ninguém julgasse a M pelas coisas que ela realmente gosta, talvez ela não tentasse parecer legal e gostar de coisas - que como eu já disse ela não conhece. Se ninguém julgasse ninguém, as pessoas poderiam se conhecer melhor sem precisar desses rótulos de "gostar de tal coisa" e seriamos todos bem mais felizes (eu acho). Quero dizer que todos buscam a sua identidade, mas não respeitam a identidade dos outros e isso é um grande problema. E o mais irônico de tudo isso é que essa é a busca pela igualdade (não essa igualdade de "gostos iguais" e sim a igualdade de respeito).
No fim só posso esperar que a M encontre a própria identidade e que eu pare de me irritar com tudo e todos que se dizem "tal coisa", e talvez um dia escrever um texto sobre como essa "igualdade" é boa.

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