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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Foram quatro estações até...


Sete e meia da manhã e uma fila das grandes. Resolvi reparar nas muitas pessoas ao meu redor enquanto meu play aleatório escolhia "total eclipse of the heart" como trilha sonora do dia. A garota de xadrez e fone maior do que ela, a senhora apressada que corre rampa abaixo, um casal de uniforme (ou seriam somente amigos?) e a moça da minha frente irritada com a fila resolve "deixar para lá". Tantas pessoas na mesma situação, tantas vidas e sonhos compartilhados simplesmente por estarmos ali, cada um com seu jeito.
E eu, a garota do cabelo vermelho enorme e ear cuff na orelha, mas tão cedo? Será que alguém reparou? Nossa, passaram olhando. Passei olhando para os outros...
E então desci as escadas pensando "esteja vazio, esteja vazio", afim de não ter que compartilhar aquele momento com muitas pessoas, muito menos minha nova playlist. Seis metrôs passaram enquanto eu esperava uma ligação já que estava adiantada uma vez na vida. Todos cheios, todos vazios. Os trens passavam rápido demais enquanto eu pensava e pensava, todas as pessoas que estavam lá dentro em movimento, todas paradas.
Personalidades, vontades e muito sono nessa manhã, todas juntas por algum motivo ali, naquele vagão. Sem espaço para mais ninguém, sem espaço e nem tempo para conhecer as novas vidas que encontraram a sua naquele momento.
E é lá dentro que descubro que falta muita motivação nas pessoas, a partir do momento em que eu super animada cantarolava minhas músicas enquanto todos estavam em silencio. Todos juntos em um silencio até mesmo constrangedor, sem graça e sem vida. E a vida? Continuava passando para todos.
Foram quatro estações até a hora de descer...

"Tudo aquilo que é nosso nós tendemos a perder pois qualquer fonte que podemos usufruir esbarrou na ineficiência de sabermos dividir. Diziam: O que é que tem o que eu faço se o outro faz mais? Inflamando um pensamento que nos trouxe a esse lugar e pensando que não éramos culpados principais deu-se a prolixidade que hoje assola o nosso lar."

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