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quinta-feira, 14 de março de 2013

Lar, doce lar.


Abri a porta com uma felicidade tão grande como nunca havia aberto. O cheiro de casa é sempre o mesmo apesar de ser indescritível, o sofá, as mesas, a cômoda amada da minha mãe e a parede de tijolos que eu tanto gosto. Meu quarto, que saudades de você. Saudades da cama, das minhas revistas e da miniatura de telefone que um dos meus melhores amigos me trouxe de Londres.
Lar, é esse o nome. Essa sensação de se sentir em casa sem precisar se preocupar com nada - como se eu estivesse me preocupando com muita coisa longe daqui - e de estar seguro acima de todas as coisas. A sensação de calmaria ao poder ser você mesmo, sem dar explicações sobre a música alta ou o tempo que leva no banho.
Liguei o computador e marquei de sair com eles. Eles, meus amigos, que não vejo a uma semana - uma semana que o tempo passou como uma eternidade. Um abraço, um sorriso, uma gritaria e piadas que só nós entendemos. Cantarolar a música de um seriado da tv e começar a rir sem parar por lembrar daquela tarde de carnaval. Ver alguém passar e saber exatamente o que as pessoas ao meu lado estão pensando.
Lar, esse momento único que dividimos com quem amamos e confiamos. Essa nossa verdade que se encontra ao encontrar com os amigos e a família, essa troca de olhares sem precisar dizer nada.
São Paulo está cinza como sempre. Os prédios continuam parados e os carros, também. A minha avenida preferida me traz a paz que sempre sinto ao subir as escadas do metrô e me sinto feliz ao ver os grupos de pessoas diferentes andando de um lado para o outro na esperança de achar um lugar na mesa de um bar. O barulho que não para e não me afeta, a cor daquele prédio que fotografei um dia, a lembrança das quatro da manhã no café da esquina e o "meu" ônibus acabou de passar mais uma vez.
Lar, o lugar que tanto amamos e onde encontramos nossa realidade. A felicidade de dividir experiencias e conhecer diferenças, a falta de preconceito e o momento em que pensamos em conjunto apesar da individualidade.
E mais uma vez estou em casa, as conversas no jantar são como sempre e as brincadeiras do meu irmão também. A confiança, os abraços da minha mãe, a falta de preocupação e o amor maior que tudo.
E estou certa de que esse "doce lar" que colamos na porta de casa não se resume ao endereço e cep. Deixamos entrar na nossa casa quem - e o que - deixamos entrar na nossa vida, e junto com eles, vem todas essas sensações e sentimentos bons, que podemos chamar de lar.

"- Me sinto em casa em qualquer lugar, mas sou turista em todos..."


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