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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Insanidade Compartilhada: Errata



Ultimamente eu tenho pensado no quanto a vida é cheia de inconvenientes. Nós costumamos reclamar bastante deles, mas ainda assim ninguém gosta muito de parar e refletir sobre os “porquês “de cada inconveniente da vida, e eu na verdade acho isso completamente compreensível. Sei bem o que os livros de auto ajuda dizem sobre encarar nossas emoções e despropósitos e enfrentá-los, mas francamente quantas pessoas sabem fazer isso? Eu pelo menos não sei, e confesso que evito ao máximo pensar demais sobre coisas que me incomodam, por menores que elas sejam.
Por conta de tudo isso, eu andei empurrando meus incômodos pra de baixo do tapete, e estava sendo bem mais fácil assim, só que sempre tem uma hora em que você acaba tendo que lidar com eles, principalmente quando começam a te limitar. No meu caso a limitação foi escrever, eu passei meses em um bloqueio dos mais persistentes, e uma das piores coisas do mundo, para quem assim como eu, gosta de escrever é ter bloqueios criativos. Pode parecer exagero, mas sempre que acontece eu me sinto acorrentada, como se houvesse muito para ser dito e feito, mas por alguma razão desconhecida não consigo me expressar. Eu entro em um desespero, de páginas brancas e palavras que não saem exatamente como eu quero ou preciso delas. Não sei se expliquei bem, mas acho que da para entender como isso incomoda.
Ficar bloqueada estava me agoniando de tal forma que eu resolvi encontrar o inconveniente que estava gerando esse bloqueio chato. Eu pensei, pensei, pensei, revisei os últimos meses e vi que dentre vários inconvenientes , desde provas e notas até as turbulências mais íntimas, havia um em especial que parecia maior do que qualquer outro. Bingo! Eu havia encontrado a farpa que me deixou tão incomodada por tanto tempo. Por um momento me senti meio boba, porque é algo tão comum, que nem merece muito suspense. Indo direto ao ponto, eu fui bloqueada por não saber perdoar uma decisão errada. Sim, sim, o tempo inteiro eu estava internamente me condenando por ter me enganado sobre uma escolha, nada irremediável, e um engano até bem comum, o curso da faculdade.
Qualquer pessoa sensata concorda que aos 18 anos você nem sempre sabe muito bem o que quer. O que na minha opinião faz sentido, já que é difícil ter certezas absolutas sobre o que quer se você mal tem certezas absolutas sobre quem você é, e principalmente sobre quem você quer ser. Por conta disso, sempre achei cruel ter que escolher minha carreira tão cedo, ainda mais por ser tão indecisa. É diferente ser indecisa quando se trata de uma escolha banal e quando a sua escolha envolve um ano de empenho e dinheiro investidos. E dentro de todos esses aspectos, ignorando a minha pouca idade e o quanto eu sou péssima com decisões, eu acabei sendo severa demais com meus próprios erros e extremamente autocrítica.
Eu tenho certeza que ninguém gosta de tomar decisões erradas, e sei que uma dose de autocrítica é necessária e faz muito bem, mas nunca da certo quando você leva tudo isso aos extremos. Todo mundo acaba errando, fazendo escolhas e descobrindo que não era bem aquilo, é completamente normal cometer enganos, mas não da pra passar a vida toda se martirizando. Em tudo que há para ser vivido existem várias vertentes, e as vezes você precisa conhecer todas elas pra saber qual é a certa.
Por isso acho que é necessário tentar e errar, e quando não der certo faça tudo de novo até acertar. E seguindo essa formula básica e tão mutável você saberá que nem sempre uma escolha é totalmente errada, como no meu caso, onde um equivoco rendeu não só novos amigos como também novas boas lembranças. O essencial é que acertando ou errando você nunca se prive de viver e de ver o lado bom das coisas.


Um comentário:

  1. Eu queria um curso e estudei muito pra entrar. Não passei.
    De início fiquei frustrada, também me cobrava muito. Acabei passando em química, e me identifiquei e acho que foi a melhor coisa que aconeceu. Daí vou me mudar pro interior de Minas agora e tive que sair da facul... Vou ter que tentar tudo de novo. Mas é como você disse, vou fazer algo até lá, viver o lado bom da vida, independente do que eu estiver passando. Ótimas palavras linda.

    http://www.mobadtrip.com/

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