Ultimamente eu tenho pensado no quanto a vida é cheia de
inconvenientes. Nós costumamos reclamar bastante deles, mas ainda assim ninguém
gosta muito de parar e refletir sobre os “porquês “de cada inconveniente da
vida, e eu na verdade acho isso completamente compreensível. Sei bem o que os
livros de auto ajuda dizem sobre encarar nossas emoções e despropósitos e
enfrentá-los, mas francamente quantas pessoas sabem fazer isso? Eu pelo menos
não sei, e confesso que evito ao máximo pensar demais sobre coisas que me
incomodam, por menores que elas sejam.
Por conta de tudo isso, eu andei empurrando meus incômodos
pra de baixo do tapete, e estava sendo bem mais fácil assim, só que sempre tem
uma hora em que você acaba tendo que lidar com eles, principalmente quando começam
a te limitar. No meu caso a limitação foi escrever, eu passei meses em um
bloqueio dos mais persistentes, e uma das piores coisas do mundo, para quem
assim como eu, gosta de escrever é ter bloqueios criativos. Pode parecer exagero,
mas sempre que acontece eu me sinto acorrentada, como se houvesse muito para
ser dito e feito, mas por alguma razão desconhecida não consigo me expressar.
Eu entro em um desespero, de páginas brancas e palavras que não saem exatamente
como eu quero ou preciso delas. Não sei se expliquei bem, mas acho que da para
entender como isso incomoda.
Ficar bloqueada estava me agoniando de tal forma que eu
resolvi encontrar o inconveniente que estava gerando esse bloqueio chato. Eu
pensei, pensei, pensei, revisei os últimos meses e vi que dentre vários
inconvenientes , desde provas e notas até as turbulências mais íntimas, havia
um em especial que parecia maior do que qualquer outro. Bingo! Eu havia
encontrado a farpa que me deixou tão incomodada por tanto tempo. Por um momento
me senti meio boba, porque é algo tão comum, que nem merece muito suspense.
Indo direto ao ponto, eu fui bloqueada por não saber perdoar uma decisão
errada. Sim, sim, o tempo inteiro eu estava internamente me condenando por ter
me enganado sobre uma escolha, nada irremediável, e um engano até bem comum, o
curso da faculdade.
Qualquer pessoa sensata concorda que aos 18 anos você nem sempre
sabe muito bem o que quer. O que na minha opinião faz sentido, já que é difícil
ter certezas absolutas sobre o que quer se você mal tem certezas absolutas
sobre quem você é, e principalmente sobre quem você quer ser. Por conta disso,
sempre achei cruel ter que escolher minha carreira tão cedo, ainda mais por ser
tão indecisa. É diferente ser indecisa quando se trata de uma escolha banal e
quando a sua escolha envolve um ano de empenho e dinheiro investidos. E dentro
de todos esses aspectos, ignorando a minha pouca idade e o quanto eu sou
péssima com decisões, eu acabei sendo severa demais com meus próprios erros e
extremamente autocrítica.
Eu tenho certeza que ninguém gosta de tomar decisões
erradas, e sei que uma dose de autocrítica é necessária e faz muito bem, mas
nunca da certo quando você leva tudo isso aos extremos. Todo mundo acaba
errando, fazendo escolhas e descobrindo que não era bem aquilo, é completamente
normal cometer enganos, mas não da pra passar a vida toda se martirizando. Em
tudo que há para ser vivido existem várias vertentes, e as vezes você precisa
conhecer todas elas pra saber qual é a certa.
Por isso acho que é necessário tentar e errar, e quando não
der certo faça tudo de novo até acertar. E seguindo essa formula básica e tão
mutável você saberá que nem sempre uma escolha é totalmente errada, como no meu
caso, onde um equivoco rendeu não só novos amigos como também novas boas
lembranças. O essencial é que acertando ou errando você nunca se prive de viver
e de ver o lado bom das coisas.
Eu queria um curso e estudei muito pra entrar. Não passei.
ResponderExcluirDe início fiquei frustrada, também me cobrava muito. Acabei passando em química, e me identifiquei e acho que foi a melhor coisa que aconeceu. Daí vou me mudar pro interior de Minas agora e tive que sair da facul... Vou ter que tentar tudo de novo. Mas é como você disse, vou fazer algo até lá, viver o lado bom da vida, independente do que eu estiver passando. Ótimas palavras linda.
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