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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Insanidade Compartilhada: Refém do julgamento alheio


Hoje eu parei pra pensar sobre algumas coisas que eu já fiz e formas como agi. E eu nem estou falando de coisas decisivas ou muito marcantes, falo de atitudes corriqueiras mesmo, daquelas que geralmente a gente nem costuma lembrar. Enfim, parando para pensar sobre isso cheguei a uma conclusão terrível, muito terrível. A conclusão foi que eu passei no mínimo metade da minha vida vivendo em função do conceito alheio.
Eu me senti levemente chocada com essa constatação, porque no fundo eu já sabia, mas superficialmente eu achava que era liberal demais pra me preocupar tanto com o que as pessoas pensam sobre mim ou a minha vida. Mas ai eu cheguei a uma questão: Por que a gente se importa tanto com o que os outros pensam?  Infelizmente não consegui nenhuma resposta concreta, mas me arrisco a dizer que talvez seja uma espécie de auto preservação, pelo menos no meu caso.
Sim, auto preservação, porque a maioria das pessoas tem medo de ser julgadas, algumas do julgamento geral, outras de julgamentos específico,mas no fundo a ideia de julgamento assusta bastante. E então a gente se cerca,esconde opiniões, engole piadas e comentários, a vontade de dançar ou de apenas agir espontaneamente. Montamos personagens pra passar para as pessoas apenas oque a gente acha que elas gostariam de ver, assim como nos nossos perfis no facebook. E bem, se fosse apenas isso não seria tão alarmante, mas as vezes os níveis ficam mais extremos, como quando não nos permitimos interessar por coisas que o julgamento alheio não “permitiria”. E esse quesito é bem amplo,pode ser desde aquela ideia boba de que “Quem faz humanas não pode curtir exatas” até outras ideias ainda mais bobas como “Você não pode gostar de alguém do mesmo sexo que o seu”.
Conduzir a vida em cima da linha torta dos conceitos e preconceitos dos outros pode até te preservar de ser julgado, mas não de se arrepender. E pra que se arrepender de ter feito algo sob pressão, ou não ter feito por medo de ser criticado? As pessoas vão e vem,mas a sua memória é o que fica. Quantas vezes não ouvi histórias sobre um primeiro beijo quase que forçado pela turma só porque todo mundo já tinha beijado. Ou até mais banais, como não ir cantar no karaokê com os amigos, não tentar entrar para o time da escola, não confessar que curtia sim aquele cara que todo mundo achava meio estranho, entre tantas outras. Podem não ser arrependimentos vitalícios, mas ainda assim foram chances de diversão ou aprendizado perdidas.
Pode até ser meio dramático dizer isso, mas enquanto nós somos jovens temos a sensação de que a vida é eterna e de que somos inatingíveis,o que as vezes nos leva a certas inconsequências, mas a verdade é que a vida é um dom mais frágil do que nós podemos imaginar. E que além de frágil, é efêmero,e por isso a meu ver é perda de tempo gastar algo tão bom e sem garantias de durabilidade,projetando cada passo dentro da opinião alheia. Não estou tentando alarmar ninguém, e muito menos dizer que todos façam tudo o que vier na cabeça. Afinal,ninguém deve fazer algo que prejudique a si ou aos outros, mas isso não é nem uma questão de julgamento, e sim de bom senso.
Eu posso estar errada em muitas coisas, ninguém é capaz de dizer apenas verdades absolutas, mas ainda acho que pelo menos alguma coisa de tudo o que foi dito merece ser aproveitada. Não sei se é porque eu me encontroem uma fase de mudanças de perspectiva, ou se existe algum outro motivo oculto,mas eu acredito que a única forma de agradecer a vida é fazendo o que nos faz feliz. E por isso não devemos nos limitar a ser o que as pessoas esperam de nós, quando podemos ser muito mais que isso.

3 comentários:

  1. Adorei seu texto, me ajudou demais. Estou sofrendo muito com isso recentemente, relembro fatos em que fui julgada de forma depreciativa, e muitas vezes apenas não estava agradando por ser eu mesma. Isso me magoa muito, mas este texto me ajudou bastante. Concordo com você: a melhor forma de não sermos atingidos pela opinião alheia é estar felizes em sermos nós mesmos a termos a consciência de que estamos fazendo o nosso melhor.

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    Respostas
    1. Oi Helena, tudo bom? Você não sabe como eu fico bem de saber que o texto te ajudou, o texto é da Ni (colaboradora do blog) e eu mandei uma mensagem pra ela falando do seu comentário e tudo.
      É muito difícil mesmo ser julgada pela forma como somos, acredite, todas nós já passamos por isso. Mas não tem nada no mundo que pode diminuir aquilo que amamos em nós mesmas, seja físico, mental, sentimental... E ninguém tem o direito disso também! Não deixe que as opiniões dos outros te magoem, a vida é muito maior do que isso.
      E se quiser conversar estamos sempre aqui hahaha, volte sempre!

      Beijos, Magah.

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    2. Olá Helena, eu fiquei imensamente feliz em saber que o texto te ajudou. Eu sei como é horrível quando as pessoas julgam a gente, independente do motivo, mas não permita que nenhum desses julgamentos te limite. Ser você mesma é a coisa mais libertadora do mundo, e acredite, essas pessoas que gostam de julgar os outros fazem isso para se esconder, por medo de serem julgadas. Por isso continue sendo quem você é, gostando cada dia mais de você mesma e sendo cada dia mais feliz, e eu te garanto que isso pode inspirar as pessoas ao seu redor a fazerem o mesmo.

      Beijos Ni Andrade

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