Esses dias acordei pensando muito nas formas de relação que nós estabelecemos com as pessoas durante a vida. Talvez porque comecei sim, de novo, a ver How I Met Your Mother do zero (minha série favorita e uma das que mais me faz pensar nos rumos que a vida leva), talvez porque já fazem quatro noites que viro assistindo cada episódio dos quais nem lembrava mais, afinal são nove temporadas. Mas ok isso não vem ao caso.
Comecei a pensar em como tenho amizades duradouras, de 4, 7, 14 anos... Em como deixei algumas pessoas passarem despercebidas, em como pessoas despercebidas em outras épocas hoje são minhas referências de quem deu certo na vida, em cada momento que me doei mais do que pensei em mim e não me arrependo.
Lembrei de uma amiga minha de quem eu gostava muito, a Thata...
Thata era uma menina extrovertida, divertida, que não tinha muitas preocupações com a opinião que os outros tinham dela (bom, pelo menos não demonstrava isso). Era até meio doidinha, não tinha medo de se jogar nas novidades da vida mas não era do tipo arrogante ou metida por ter coragem de fazer tudo antes dos outros. Eu sempre a admirei muito por isso.
Ela era do meu grupinho de amigas e com certeza uma das que eu me sentia mais a vontade pra conversar. Essa parte da pré-adolescência nós passamos juntas, Thata não era a minha melhor amiga mas como parte do mesmo grupo, estávamos ali nos shoppings, nos cinemas, nos primeiros ficantes, nas festas de 15 anos. Até que ela saiu da escola e depois eu também, e a comunicação a alguns anos atrás era muito mais complexa do que mensagens em algum grupo no whatsapp. A Thata foi fazer moda e eu também, um dia descobri que ela desistiu da moda e fiquei super chateada, e adivinhem, agora eu desisti também.
Mas contei toda essa história pra chegar no ponto em que esses dias estava pensando em como ela ainda é "próxima" de mim. Talvez por essa facilidade das redes sociais e de uma maneira estranha, já que a gente não deve trocar uma mensagem ou conversa já vão fazer uns bons oito anos. Mas foi olhando o Instagram dela e vendo as várias notificações que trocamos no Pinterest, quando pinamos quase sempre várias coisas que a outra posta, que descobri que de certa forma ainda a conheço. É claro que de uma forma superficial, mas de alguma forma.
E foi ai que cai nos pensamentos das várias pessoas que passaram pela minha vida durante os últimos anos. Da menina que nem falava comigo na escola e hoje troca replys no twitter como se nos falássemos a tempos, do amigo com quem briguei e me reconciliei entre lágrimas depois de dois anos, do garoto que conheci com 15 anos em uma festa e que na época estudava com a minha melhor amiga (e que não teve nenhuma influencia em como conheci ela), da amiga que passou um ano e meio do meu lado todos os dias sem que fossemos as mais próximas da turma e hoje é uma das pessoas em quem eu mais confio no mundo.
Sabe, essa vida é uma loucura mesmo. É ai que percebemos que somos todos próximos, mesmo distantes, mesmo sem palavras, mesmo sem saídas ou visões. A partir do momento em que alguém entra na sua vida, ela nunca mais vai sair, nem que seja das suas lembranças.
E por fim, espero que a Thata esteja muito bem e feliz e que a vida me reserve pessoas boas no meu caminho, como tem reservado até hoje.